Blog da Ivny
caminhando e esperando...
12 dezembro, 2012
De volta. Será?
27 abril, 2012
A trágica vocação e o novo Adão
Texto do marido Marcos Nazareth
“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho” Os 11.1
O profeta Oséias talvez tenha sido o escritor bíblico que mais experimentou a angústia da alma por causa de um chamado, uma vocação. Viveu num tempo em que sua nação, dividida a pelo menos 200 anos devido à insensatez de um líder ambicioso, havia se esquecido da fonte da qual provém todos os bens necessários à vida e ao verdadeiro culto. Israel havia se tornado idólatra e adúltero!
A fim de proclamar o Seu amor incondicional ao povo rebelde, Deus resolve mudar a própria vida do profeta, mudá-la de cabeça para baixo. Ele ordenou que Oseias constituísse família com uma prostituta e amante dos prazeres, que depois de largá-lo por um tempo, foi por ele resgatada do meio das festas cultuais para seu verdadeiro lar, por sua iniciativa e intencional perdão, novamente a mando de Javé, a fim de que o profeta compreendesse intimamente o que se passava no ser de Deus em relação a Israel.
Pelo que se tem do registro bíblico, a primeira ordem se dá no mesmo instante em que Oséias é chamado ao ministério profético e é provável, portanto, que nesse momento ele já estivesse revoltado com a decadência moral e espiritual dos seus compatriotas. Entretanto, não passava pela sua cabeça sentir, em todas as dimensões humanas possíveis, aquilo que Deus sentia.
Essa experiência humana e religiosa marcou profundamente a vida de Oséias, fazendo com que no restante dos seus quarenta anos de ministério profético anunciasse a mensagem de juízo e esperança de Deus, que perpassa toda a Escritura, com a convicção de que o amor incondicional do Pai se estende por toda a existência: do que foi ao que virá, da infância à maturidade, do velho Adão ao novo Adão!
“Para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: do Egito chamei o meu filho”. Mt 2.15b
26 outubro, 2011
Serrando o próprio galho
02 setembro, 2011
"É assim mesmo que é perfeito, quando é cheio de defeitos"
Dia desses resolvi afirmar que as coisas estavam perfeitas. A casa, os amigos, a comida... e o marido (é claro, rs).
E ele retrucou: "que nada! Tô longe de ser perfeito, sou cheio de defeitos"
E eu: "É assim mesmo que é perfeito, quando é cheio de defeitos"
Desde de que me entendo por gente vivo muito dividida entre a fantasia e a realidade. Consequência de uma mente super agitada e viajante. Pra ajudar, fui paparicada pela babá dos anos 90, a TV. Uma combinação perfeita pra muitas histórias vividas apenas aqui, na cachola.
Faz pouco tempo que descobri o quanto minha mente é agitada e o quanto minha imaginação ia longe. Eu "viajava" tanto que fica extremamente cansada e nem percebia a viagem.
Muitas viagens foram boas, outras nem tanto. Quis ser a mocinha da história romântica, a libertadora das histórias de justiça, a garota descolada dos colégios americanos e a executiva bem sucedida dos altos prédios de Nova Iorque. Quis ser isso, e muito mais... Admito que era bem divertido, mas tudo isso se misturava com uma sensação meio ruim de não ser nada disso. No final sobrava apenas eu, a garota real, cheia de conflitos e vivendo aquela vida mais ou menos.
Tanta fantasia em plena adolescência é algo meio perigoso. Traçar projetos de vida (se é que posso dizer assim) inatingíveis traz frustrações contínuas, que podem se transformar em mágoa, depois em angústia, em lamento e enfim murmuração. Murmuração é aquela mania feia de ver tudo cinza e reclamar de tudo, de achar tudo triste e de contaminar tudo que é belo, transformando num estorvo. E foi assim que olhei as coisas por algum tempo. As fantasias eram distantes demais, e o dia-a-dia "morocoxô".
Mas aí aprendi a grandeza da vivência da gratidão. A gratidão não pode ser mais uma daquelas palavras que compõe nossos diálogos reflexivos. Ela precisa ser vivida quando a gente acorda de manhã, quando come o arroz e feijão e quando vê e vive a vida, esta vida mesmo cheia de defeitos e problemas. Esta que passa longe dos protótipos fabricados nos contos de fadas (os rasos, porque os profundos mostram o homem em seus mais densos conflitos) ou nas novelinhas da Globo.
E foi por isso que comecei com aquele diálogo sobre coisas perfeitas. Elas não são (nem serão) perfeitas no sentido estrito da palavra, mas são perfeitas à medida que nos alegram plenamente por serem a dádiva concedida por Deus para nossa felicidade.
Preciso admitir, continuo dividida entre a fantasia e a realidade, afinal, uma mente viajante não se cansa de perambular pelo mundo afora. Mas agora descobri que as alegrias da vida real são mais saborosas.
19 maio, 2011
Casamento e Juventude
Decidi descobrir cedo o que é formar uma família e saber porque isto vale a pena. Resolvi me casar aos 22 anos, casei-me aos 23. Apesar da manifestação de muitos sobre a precocidade dessa decisão e da grande responsabilidade na qual eu estava “me metendo”, concluí que esse era o meu tempo, era a minha vez.
Ouve-se por aí que a família é uma instituição divina e que Deus ama a família, mas percebo que poucos cristãos, tanto meus contemporâneos quanto os mais antigos, valorizam de fato a constituição de uma família como uma “província” do reino de Deus. Muitos acabam por encarar o casamento como a única fuga para a solidão ou um destino do qual não se pode escapar por causa da tradição. Sendo assim, muitos até dão o conselho: “aproveite sua juventude, case-se mais tarde!”
Uso a expressão província porque acredito que um lar é, além de muitas outras coisas, um nicho de fortalecimento para a vida cristã. Muitas virtudes precisam ser aprendidas e cultivadas na família e a partir dali “partimos” para os demais desafios do mundo. E nós cristãos, jovens ou velhos, precisamos crer nisto. É preciso entender que Deus trabalha nosso senso de comunidade de forma grandiosa dentro da família.
Este motivo e alguns outros me moveram a iniciar esta jornada. Optei por dedicar a energia da minha juventude à construção de algo que realmente acredito. Após dois anos de casamento tenho certeza, a cada manhã, de que não tenho desperdiçado minha vida e que a decisão de aproveitá-la a dois foi muito boa. Os passos tornaram-se mais firmes e seguros no caminho da vida familiar. Sim, é melhor serem dois do que um! Eu e meu marido somos fortalecidos pelo amor e serviço, pelas admoestações mútuas, pelas alegrias compartilhadas, pelo choro consolado e pelas dificuldades enfrentadas. São as peculiaridades da vida, mas vividas a dois.
Não afirmo, no entanto, que jovens devem se casar ao primeiro ímpeto de “este é o amor da minha vida”. Antes deve avaliar sua fase e história de vida, suas condições – especialmente as emocionais - a opinião da família, dentre outras coisas. O casamento é sim uma decisão séria que traz grandes desafios e exige maturidade.
Mas casamento e juventude não são incompatíveis. Especialmente se temos a verdadeira noção de virtudes como o domínio próprio, amor, lealdade e respeito. Se temos também a noção de que a permanência e a durabilidade são palavras nobres, diferentemente do que se diz por aí. É uma alegria poder desfrutar da juventude certo de que o casamento é para a glória de Deus e para que a glória de Deus seja proclamada às próximas gerações. Isso também é curtir a vida.
* Este texto foi publicado na edição 330 da revista Ultimato
06 maio, 2011
Sobre paixão, rotina, novela e vida real
Continuar apaixonado
SE A VELHA fórmula final dos contos de fada “e viveram felizes para sempre” for entendida como “e nos cinqüenta anos seguintes eles se sentiram exatamente da mesma forma como se sentiram no dia anterior ao casamento”, então ela está dizendo algo que provavelmente nunca foi e nunca será verdade, que inclusive seria altamente indesejável se o fosse. Quem suportaria viver nessa excitação toda por cinco anos? O que seria do seu trabalho, seu apetite, seu sono, suas amizades? Mas, é claro que deixar de “estar apaixonado” não significa necessariamente deixar de amar. O amor, nesse segundo sentido – o amor como algo diferente de “estar apaixonado” – não é um simples sentimento. Trata-se de uma profunda unidade, alimentada pela vontade e deliberadamente fortalecida pelo hábito; reforçada (nos casamentos cristãos) pela graça que ambos os parceiros pedem e recebem de Deus. Os cônjuges podem alimentar esse tipo de amor um pelo outro mesmo naqueles momentos em que não se gostam; é o mesmo que acontece quando você se ama, mesmo quando não está gostando nada de si. Eles são capazes de manter esse amor, mesmo considerando que qualquer um deles possa facilmente se “apaixonar” por outra pessoa. Primeiro, o “estar apaixonado” os levou a jurar fidelidade; esse outro amor mais calmo os capacita a cumprir a promessa. É esse amor que mantém a máquina do casamento ativa; o estar apaixonado não passa da ignição que lhe deu partida.
– de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples]
Retirado de Um Ano com C. S. Lewis (Editora Ultimato, 2009)
Amiga: estas meditações do lewis tão me desiludindo
eu: por que? elas são tão boas
A: ah pois é
mas só dizem q a gente não vai ficar apaixonado o resto da vida, e pronto acabou
isso é triste
eu: haha
claro que não é
vc é que acha que a paixão traz felicidade
por isso parece triste
A: pior q eu acho
ai...triste
eu: "Primeiro, o “estar apaixonado” os levou a jurar fidelidade; esse outro amor mais calmo os capacita a cumprir a promessa. É esse amor que mantém a máquina do casamento ativa; o estar apaixonado não passa da ignição que lhe deu partida."
como vc pode achar isso triste?
é como ter medo de crescer
querer olhar a boneca com a mesma intensidade de uma criança
tá, é lindo ver a alegria de uma criança diante de uma vaca
mas por causa dessa intensidade elas tbm não aceitam as derrotas
e odeiam os irmãos por causa de coisas pequenas
a paixão dá calafrios, suspiros... e isso é legal
mas passa... passa sim
e uma certeza tranquila, e uma alegria de manhãs normais
de almoços rotineiros vem
e isso não é triste
pelo contrário, é uma certeza tão firme, tão feliz
a gente não precisa ter medo das continuidades e rotinas da vida... é novela que diz isso
as rotinas são divinas e felizes
se vc tiver gratidão no coração, é claro
A:pois é, eu acreditei na novela.
vou proibir minha filha (se um dia eu tiver uma) a ver novela!
kkk
eu: uma dose de fantasia sempre faz bem ao espírito
04 fevereiro, 2011
Eu me recuso
09 dezembro, 2010
Casamento
14 outubro, 2010
#esperança
A guerra
As vezes fico observando essas guerras da vida. Como as da carne contra o espírito, da preguiça contra o esforço, da alegria contra a tristeza etc. Hoje vou opinar sobre a guerra entre o bom e o mau humor. Na verdade minha opinião cabe a qualquer uma das guerras mencionadas acima e as outras do mesmo gênero.