12 dezembro, 2012

De volta. Será?

Oi. Tem alguém aí?

Nem sei se ainda tenho leitores. Sim, houve uma época em que tive alguns. Mas se ainda há vida por aqui, gostaria de anunciar minha volta (ou a tentativa dela). É verdade que esta não é uma época muito propícia para fazer promessas ou anunciar mudanças: é fim de ano, todo mundo promete coisas que não dão conta de cumprir, nem nos primeiros dias de janeiro. Mas, espero não ser levada por este "espírito" e prometo tentar voltar a escrever por aqui.

Escrever me faz bem. Me ajuda a organizar as ideias e a expô-las de maneira mais saudável e poética, o quê, pra mim, gera mais aprendizado.

Não sei escrever bem, mas não vou me preocupar com isso, pelo menos por agora. Quero compartilhar mais do meu cotidiano e daquilo que tenho aprendido. Acho que só assim vou aprender a escrever de verdade.

Hoje quero compartilhar a frase de um autor que há muito quero ler, mas a preguiça não deixa (é, não faço rodeios, é a preguiça mesmo), Victor Frankl. Seu título Em busca de sentido me deixa muito curiosa... pronto, esse será meu segundo livro da lista de 2013, o primeiro é Contra um mundo melhor do Pondé. Vamos à frase:

"Pode-se tirar tudo de um homem, exceto uma coisa: a última das liberdades humanas - escolher a própria atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho."

Até a próxima!

27 abril, 2012

A trágica vocação e o novo Adão



Texto do marido Marcos Nazareth

“Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho” Os 11.1


O profeta Oséias talvez tenha sido o escritor bíblico que mais experimentou a angústia da alma por causa de um chamado, uma vocação. Viveu num tempo em que sua nação, dividida a pelo menos 200 anos devido à insensatez de um líder ambicioso, havia se esquecido da fonte da qual provém todos os bens necessários à vida e ao verdadeiro culto. Israel havia se tornado idólatra e adúltero! 


A fim de proclamar o Seu amor incondicional ao povo rebelde, Deus resolve mudar a própria vida do profeta, mudá-la de cabeça para baixo. Ele ordenou que Oseias constituísse família com uma prostituta e amante dos prazeres, que depois de largá-lo por um tempo, foi por ele resgatada do meio das festas cultuais para seu verdadeiro lar, por sua iniciativa e intencional perdão, novamente a mando de Javé, a fim de que o profeta compreendesse intimamente o que se passava no ser de Deus em relação a Israel. 


Pelo que se tem do registro bíblico, a primeira ordem se dá no mesmo instante em que Oséias é chamado ao ministério profético e é provável, portanto, que nesse momento ele já estivesse revoltado com a decadência moral e espiritual dos seus compatriotas. Entretanto, não passava pela sua cabeça sentir, em todas as dimensões humanas possíveis, aquilo que Deus sentia.


Essa experiência humana e religiosa marcou profundamente a vida de Oséias, fazendo com que no restante dos seus quarenta anos de ministério profético anunciasse a mensagem de juízo e esperança de Deus, que perpassa toda a Escritura, com a convicção de que o amor incondicional do Pai se estende por toda a existência: do que foi ao que virá, da infância à maturidade, do velho Adão ao novo Adão! 


“Para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor, por intermédio do profeta: do Egito chamei o meu filho”. Mt 2.15b

26 outubro, 2011

Serrando o próprio galho




Faz algum tempo que ouvi a expressão “serrando o próprio galho”, a identificação foi imediata. Pensei: - É isso! É justamente isso que faço – eu? – desde que me entendo por gente.

A imagem de alguém sentado no galho de uma árvore, com um serrote na mão, serrando, de forma contínua, exatamente o galho onde está sentado é a melhor imagem para a chamada auto-sabotagem. Não se sabe por quê nem para quê, mas o indivíduo parece querer se espatifar no chão. No mínimo estranho.

É assim que me sinto desde que descobri que minha mente trabalha contra mim. Parece que estou sempre me boicotando, sendo minha própria “estraga prazeres”. Os sentimentos ou pensamentos são variados, desde sentimento de incapacidade a sensação de não-merecimento de uma alegria ou um prazer.

Por muito tempo eu acreditei em tudo aquilo que minha mente me dizia. Achava que era tudo verdade e que eu realmente não merecia muitas alegrias. Depois passei a perceber que havia muitas mentiras nesses sentimentos, que tratava-se de uma grande auto-sabotagem. A partir daí meu desafio mudou: antes era tentar melhorar a perversa pessoa que eu me considerava ser, depois foi acreditar que eu não era uma pessoa tão perversa assim.

A luta é grande e cansativa. Quase todos os dias preciso lidar com pensamentos e sentimentos que me causam angústia (por possíveis coisas ruins que possam vir a acontecer), medo (pela sensação de incapacidade diante de alguma tarefa) ou tristeza (por me sentir uma pessoa, esposa, filha, amiga, funcionária ruim; ou sem nenhum motivo específico, apenas por sentir).

Há dias muito bons em que minha mente me dá trégua e assim consigo viver de uma forma mais leve, sem angústias. Olhar a vida com mais tranquilidade, alegria e esperança. Nesses dias fico encantada com a possibilidade de acreditar nas coisas boas e sorrir para os detalhes ao meu redor.

Tenho certeza de que vou precisar conviver com a tentação de serrar o meu próprio galho para o resto da minha vida. Acredito que isso é uma espécie de vício... meu espinho na carne. Mas tenho muita esperança em tirar os olhos do galho e olhar para a bela vista do alto da árvore e ter sempre a certeza de que quem me segura não sou eu, mas o próprio Deus.

*Foto: Paula Mazzini

02 setembro, 2011

"É assim mesmo que é perfeito, quando é cheio de defeitos"


Dia desses resolvi afirmar que as coisas estavam perfeitas. A casa, os amigos, a comida... e o marido (é claro, rs).
E ele retrucou: "que nada! Tô longe de ser perfeito, sou cheio de defeitos"
E eu: "É assim mesmo que é perfeito, quando é cheio de defeitos"

Desde de que me entendo por gente vivo muito dividida entre a fantasia e a realidade. Consequência de uma mente super agitada e viajante. Pra ajudar, fui paparicada pela babá dos anos 90, a TV. Uma combinação perfeita pra muitas histórias vividas apenas aqui, na cachola.

Faz pouco tempo que descobri o quanto minha mente é agitada e o quanto minha imaginação ia longe. Eu "viajava" tanto que fica extremamente cansada e nem percebia a viagem.

Muitas viagens foram boas, outras nem tanto. Quis ser a mocinha da história romântica, a libertadora das histórias de justiça, a garota descolada dos colégios americanos e a executiva bem sucedida dos altos prédios de Nova Iorque. Quis ser isso, e muito mais... Admito que era bem divertido, mas tudo isso se misturava com uma sensação meio ruim de não ser nada disso. No final sobrava apenas eu, a garota real, cheia de conflitos e vivendo aquela vida mais ou menos.

Tanta fantasia em plena adolescência é algo meio perigoso. Traçar projetos de vida (se é que posso dizer assim) inatingíveis traz frustrações contínuas, que podem se transformar em mágoa, depois em angústia, em lamento e enfim murmuração. Murmuração é aquela mania feia de ver tudo cinza e reclamar de tudo, de achar tudo triste e de contaminar tudo que é belo, transformando num estorvo. E foi assim que olhei as coisas por algum tempo. As fantasias eram distantes demais, e o dia-a-dia "morocoxô".

Mas aí aprendi a grandeza da vivência da gratidão. A gratidão não pode ser mais uma daquelas palavras que compõe nossos diálogos reflexivos. Ela precisa ser vivida quando a gente acorda de manhã, quando come o arroz e feijão e quando vê e vive a vida, esta vida mesmo cheia de defeitos e problemas. Esta que passa longe dos protótipos fabricados nos contos de fadas (os rasos, porque os profundos mostram o homem em seus mais densos conflitos)  ou nas novelinhas da Globo.

E foi por isso que comecei com aquele diálogo sobre coisas perfeitas. Elas não são (nem serão) perfeitas no sentido estrito da palavra, mas são perfeitas à medida que nos alegram plenamente por serem a dádiva concedida por Deus para nossa felicidade.

Preciso admitir, continuo dividida entre a fantasia e a realidade, afinal, uma mente viajante não se cansa de perambular pelo mundo afora. Mas agora descobri que as alegrias da vida real são mais saborosas.

19 maio, 2011

Casamento e Juventude


Decidi descobrir cedo o que é formar uma família e saber porque isto vale a pena. Resolvi me casar aos 22 anos, casei-me aos 23. Apesar da manifestação de muitos sobre a precocidade dessa decisão e da grande responsabilidade na qual eu estava “me metendo”, concluí que esse era o meu tempo, era a minha vez.

Ouve-se por aí que a família é uma instituição divina e que Deus ama a família, mas percebo que poucos cristãos, tanto meus contemporâneos quanto os mais antigos, valorizam de fato a constituição de uma família como uma “província” do reino de Deus. Muitos acabam por encarar o casamento como a única fuga para a solidão ou um destino do qual não se pode escapar por causa da tradição. Sendo assim, muitos até dão o conselho: “aproveite sua juventude, case-se mais tarde!”

Uso a expressão província porque acredito que um lar é, além de muitas outras coisas, um nicho de fortalecimento para a vida cristã. Muitas virtudes precisam ser aprendidas e cultivadas na família e a partir dali “partimos” para os demais desafios do mundo. E nós cristãos, jovens ou velhos, precisamos crer nisto. É preciso entender que Deus trabalha nosso senso de comunidade de forma grandiosa dentro da família.

Este motivo e alguns outros me moveram a iniciar esta jornada. Optei por dedicar a energia da minha juventude à construção de algo que realmente acredito. Após dois anos de casamento tenho certeza, a cada manhã, de que não tenho desperdiçado minha vida e que a decisão de aproveitá-la a dois foi muito boa. Os passos tornaram-se mais firmes e seguros no caminho da vida familiar. Sim, é melhor serem dois do que um! Eu e meu marido somos fortalecidos pelo amor e serviço, pelas admoestações mútuas, pelas alegrias compartilhadas, pelo choro consolado e pelas dificuldades enfrentadas. São as peculiaridades da vida, mas vividas a dois.

Não afirmo, no entanto, que jovens devem se casar ao primeiro ímpeto de “este é o amor da minha vida”. Antes deve avaliar sua fase e história de vida, suas condições – especialmente as emocionais - a opinião da família, dentre outras coisas. O casamento é sim uma decisão séria que traz grandes desafios e exige maturidade.

Mas casamento e juventude não são incompatíveis. Especialmente se temos a verdadeira noção de virtudes como o domínio próprio, amor, lealdade e respeito. Se temos também a noção de que a permanência e a durabilidade são palavras nobres, diferentemente do que se diz por aí. É uma alegria poder desfrutar da juventude certo de que o casamento é para a glória de Deus e para que a glória de Deus seja proclamada às próximas gerações. Isso também é curtir a vida.

* Este texto foi publicado na edição 330 da revista Ultimato

06 maio, 2011

Sobre paixão, rotina, novela e vida real


Uma conversa que tive com uma amiga dia desses...

Continuar apaixonado

SE A VELHA fórmula final dos contos de fada “e viveram felizes para sempre” for entendida como “e nos cinqüenta anos seguintes eles se sentiram exatamente da mesma forma como se sentiram no dia anterior ao casamento”, então ela está dizendo algo que provavelmente nunca foi e nunca será verdade, que inclusive seria altamente indesejável se o fosse. Quem suportaria viver nessa excitação toda por cinco anos? O que seria do seu trabalho, seu apetite, seu sono, suas amizades? Mas, é claro que deixar de “estar apaixonado” não significa necessariamente deixar de amar. O amor, nesse segundo sentido – o amor como algo diferente de “estar apaixonado” – não é um simples sentimento. Trata-se de uma profunda unidade, alimentada pela vontade e deliberadamente fortalecida pelo hábito; reforçada (nos casamentos cristãos) pela graça que ambos os parceiros pedem e recebem de Deus. Os cônjuges podem alimentar esse tipo de amor um pelo outro mesmo naqueles momentos em que não se gostam; é o mesmo que acontece quando você se ama, mesmo quando não está gostando nada de si. Eles são capazes de manter esse amor, mesmo considerando que qualquer um deles possa facilmente se “apaixonar” por outra pessoa. Primeiro, o “estar apaixonado” os levou a jurar fidelidade; esse outro amor mais calmo os capacita a cumprir a promessa. É esse amor que mantém a máquina do casamento ativa; o estar apaixonado não passa da ignição que lhe deu partida.

– de Mere Christianity [Cristianismo Puro e Simples]

Retirado de Um Ano com C. S. Lewis (Editora Ultimato, 2009)


Amiga: estas meditações do lewis tão me desiludindo

eu: por que? elas são tão boas

A: ah pois é

mas só dizem q a gente não vai ficar apaixonado o resto da vida, e pronto acabou

isso é triste

eu: haha

claro que não é

vc é que acha que a paixão traz felicidade

por isso parece triste

A: pior q eu acho

ai...triste

eu: "Primeiro, o “estar apaixonado” os levou a jurar fidelidade; esse outro amor mais calmo os capacita a cumprir a promessa. É esse amor que mantém a máquina do casamento ativa; o estar apaixonado não passa da ignição que lhe deu partida."

como vc pode achar isso triste?

é como ter medo de crescer

querer olhar a boneca com a mesma intensidade de uma criança

tá, é lindo ver a alegria de uma criança diante de uma vaca

mas por causa dessa intensidade elas tbm não aceitam as derrotas

e odeiam os irmãos por causa de coisas pequenas

a paixão dá calafrios, suspiros... e isso é legal

mas passa... passa sim

e uma certeza tranquila, e uma alegria de manhãs normais

de almoços rotineiros vem

e isso não é triste

pelo contrário, é uma certeza tão firme, tão feliz

a gente não precisa ter medo das continuidades e rotinas da vida... é novela que diz isso

as rotinas são divinas e felizes

se vc tiver gratidão no coração, é claro

A:pois é, eu acreditei na novela.

vou proibir minha filha (se um dia eu tiver uma) a ver novela!

kkk

eu: uma dose de fantasia sempre faz bem ao espírito


04 fevereiro, 2011

Eu me recuso




"Enquanto o tempo acelera e pede pressa. Eu me recuso, faço hora, eu vou na valsa. A vida é tão rara..." Lenine

*Foto da minha amiga Paula Mendes. É por onde passamos todos os dias pra ir trabalhar.

09 dezembro, 2010

Casamento




"Nosso casamento é a prova cabal de Deus de que o bem no mundo é maior e mais forte do que mal e de tudo aquilo que a gente possa temer."
(do marido)

14 outubro, 2010

#esperança

Rev. Elben chega de cabelo cortado.

Eu: Você está bonito Reve!
Ele: Ah, vocês estão querendo me animar na minha velhice...
Eu: O sr. é que nos anima na sua velhice...

Há esperança!

A guerra


As vezes fico observando essas guerras da vida. Como as da carne contra o espírito, da preguiça contra o esforço, da alegria contra a tristeza etc. Hoje vou opinar sobre a guerra entre o bom e o mau humor. Na verdade minha opinião cabe a qualquer uma das guerras mencionadas acima e as outras do mesmo gênero.

Tem dias que o mau humor parte pra cima do bom com um a força descomunal. O bom até tenta, grita, esperneia... mas a cena é como a de um pitbull e um pinscher, ou melhor de um cachorro com uma galinha: pena para todo lado. Me parece injusto. Por que tanta força de um lado? Dá vontade de dizer: "Ah mau humor, vai brigar com alguém do seu tamanho"

Alguém do seu tamanho... a questão está justamente aí. Perder para o mau me faz perceber que o bom anda meio franzino, fraco. Nem sempre a razão é esta, é verdade. Por vezes o mau vence por causa da circunstância, do dia ou da bendita (pra não dizer outra coisa) dor de cabeça. Mas é preciso ficar atento: alimentar o bom é importante, faz com que ele cresça e tenha chances contra o mau/pitbull. Ele pode, pelo menos, matá-lo engasgado.

15 setembro, 2010

Outra frase


A alegria é maior quando a união é firmada em Cristo e quando, como servos fiéis, nos regozijamos por seu senhorio e bondade.