21 maio, 2009

Vejo o mal pela janela!


Em uma das minhas últimas insônias me levantei rapidamente por causa do barulho dos motores acelerados. Era mais que quatro da manhã, e eles estavam em pleno “racha”. Aquele barulho, a sensação de perigo, a irresponsabilidade, a confusão… tudo aquilo me trazia um sentimento de muita angústia.

A cena me lembrava um acontecimento de anos atrás, quando acordei assustada e fui para a janela por causa do barulho de uma briga. A briga foi feia e a sensação de ver o mal tão de perto me apavorava, a janela parecia uma moldura para coisas ruins das quais eu preferia (e ainda prefiro) não me aproximar.

Mas uma percepção mais atenta me faz reconhecer que nem sempre o mal está lá fora. Vejo o mal aqui, bem perto. O mal está em mim! É inato e anterior… anterior às janelas, sentimentos e percepções. Poderia ser eu a pessoa lá fora a extravasar o ódio em alguém, a por em risco a vida de pessoas inocentes, pois o mal está aqui e também luta por seu lugar ao sol.

Contudo, eis uma força capaz de conter, de moldar, e esta força não vêm de mim. É que Cristo não nos deixou órfãos, seu Espírito age constantemente entre os arrependidos e por meio desta atuação mais que misericordiosa somos transformados, nossa maldade é vencida pela bondade divina. Eis a promessa:

E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.[1]

Há uma canção que resume o que quero dizer:

Não fosse o Senhor em nosso favor
Quando o inimigo
Veio pra nos vencer
Iríamos perecer
Iríamos desaparecer
Ao passarem sobre nós
Muitas águas...

Mas, tão certo como o sol
Nasce a cada amanhecer
Deus renova em meu viver
Misericórdia e amor[2]

Olho da janela mais otimista! A ação do Espírito de Deus nos traz esperança, esperança pra mim e para todos os outros. Não fosse o Senhor…

1 - Evangelho de João, capítulo 14, versículos 16 e 17

2 - Misericórdia, música de Jorge Camargo e Guilherme Kerr