Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente.
Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o SENHOR, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?
E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?
Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos.
Não te esqueças do dia em que estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando o SENHOR me disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprenda a temer-me todos os dias que na terra viver e as ensinará a seus filhos.
Deuteronômio 4.6-10
Era pra ser uma entrevista, mas, sem sombra de dúvidas, ainda não sei fazer isso; contudo, foi um agradável bate-papo de mais de duas horas.
Diamanso é alagoano, um típico nordestino com aquele agradável sotaque e peculiar entonação na voz. America é paulistana, mas filha de nordestinos. Seu sotaque se remete aos ares paulistas e tem um jeitinho manso e doce de falar.
Eu estava ali com a missão de apresentar o Paralelo 10 a eles, colher suas impressões e de lambuja pedir uma música que falasse a respeito do projeto (idéia da Lora, é claro!). Comecei bem, interrompi o sono do Diamanso, e minha vergonha, que quase nunca aparece, deu as caras. Mas aos poucos fui me sentindo a vontade, afinal, fui muito bem recebida.
Falei bastante sobre o projeto e seus objetivos, mas aos poucos o assunto foi tomando outros rumos, o que foi muito bom. O casal compartilhou histórias marcantes da caminhada deles no serviço ao próximo, compartilharam dificuldades do caminho e falaram de como há uma grande necessidade de vivenciar um fé verdadeira para não desanimar.
Muitas palavras me impactaram ali, especialmente a preocupação daquele casal em não deixar que se perca a real motivação da missão integral. Se não acreditamos na centralidade da cruz de Cristo não passamos de cidadãos levantando a bandeira que está na moda, a da justiça social. Mas qual é o nosso referencial? Porque somos diferente? Nesta resposta reside o significado do que fazemos. Será “trabalho social” ou “missão”? A preocupação da América é mais que relevante, ela alerta para um perigo: “Quando o reino de Deus é a chave hermenêutica há uma tendência de incluir tudo dentro do reino, cabe de tudo, mas quando a cruz de Cristo é a chave hermenêutica apenas Ele cabe ali.”
Falamos de como valores tem sido invertidos. As causas tem sido mais defendidas que o milagre da transformação real que Cristo pode efetuar. Por vezes, levantar a bandeira da salvação acima que a da defesa de direitos pode ser motivo para a acusação de fundamentalismo.
Mas voltando ao nosso foco, norte e nordeste, Diamanso disse achar importante um projeto que desperte a questão da missão integral. Segundo ele o nordeste se sobressai por sua arte, e talvez seja o tempo de incentivar os “artistas-missionários”. O problema é que estando no nordeste tais pessoas não aparecem, as vezes não aparecem o suficiente para sua própria sobrevivência, o que faz com que muitos deles tenham que se voltar para o eixo Rio-São Paulo. Eis o nosso desafio, evidenciar tantos talentos e iniciativas escondidas nas regiões norte e nordeste.
A tarde foi muito agradável! Ainda tive a coragem de cantar uma música que fiz sobre missão integral (é, na frente do Roberto Diamanso, loucura, eu sei!) O texto de Deuteronômio foi lido pelo Diamanso no começo da conversa e simboliza pra mim o resumo de tudo o que conversamos ali. Saí dali inspirada com aqueles exemplos de vida cristã.