24 julho, 2009

Conversa com Diamanso e América




Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isto será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que, ouvindo todos estes estatutos, dirão: Certamente, este grande povo é gente sábia e inteligente.

Pois que grande nação há que tenha deuses tão chegados a si como o SENHOR, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?

E que grande nação há que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que eu hoje vos proponho?

Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos.

Não te esqueças do dia em que estiveste perante o SENHOR, teu Deus, em Horebe, quando o SENHOR me disse: Reúne este povo, e os farei ouvir as minhas palavras, a fim de que aprenda a temer-me todos os dias que na terra viver e as ensinará a seus filhos.

Deuteronômio 4.6-10


Era pra ser uma entrevista, mas, sem sombra de dúvidas, ainda não sei fazer isso; contudo, foi um agradável bate-papo de mais de duas horas.

Diamanso é alagoano, um típico nordestino com aquele agradável sotaque e peculiar entonação na voz. America é paulistana, mas filha de nordestinos. Seu sotaque se remete aos ares paulistas e tem um jeitinho manso e doce de falar.

Eu estava ali com a missão de apresentar o Paralelo 10 a eles, colher suas impressões e de lambuja pedir uma música que falasse a respeito do projeto (idéia da Lora, é claro!). Comecei bem, interrompi o sono do Diamanso, e minha vergonha, que quase nunca aparece, deu as caras. Mas aos poucos fui me sentindo a vontade, afinal, fui muito bem recebida.

Falei bastante sobre o projeto e seus objetivos, mas aos poucos o assunto foi tomando outros rumos, o que foi muito bom. O casal compartilhou histórias marcantes da caminhada deles no serviço ao próximo, compartilharam dificuldades do caminho e falaram de como há uma grande necessidade de vivenciar um fé verdadeira para não desanimar.

Muitas palavras me impactaram ali, especialmente a preocupação daquele casal em não deixar que se perca a real motivação da missão integral. Se não acreditamos na centralidade da cruz de Cristo não passamos de cidadãos levantando a bandeira que está na moda, a da justiça social. Mas qual é o nosso referencial? Porque somos diferente? Nesta resposta reside o significado do que fazemos. Será “trabalho social” ou “missão”? A preocupação da América é mais que relevante, ela alerta para um perigo: “Quando o reino de Deus é a chave hermenêutica há uma tendência de incluir tudo dentro do reino, cabe de tudo, mas quando a cruz de Cristo é a chave hermenêutica apenas Ele cabe ali.”

Falamos de como valores tem sido invertidos. As causas tem sido mais defendidas que o milagre da transformação real que Cristo pode efetuar. Por vezes, levantar a bandeira da salvação acima que a da defesa de direitos pode ser motivo para a acusação de fundamentalismo.

Mas voltando ao nosso foco, norte e nordeste, Diamanso disse achar importante um projeto que desperte a questão da missão integral. Segundo ele o nordeste se sobressai por sua arte, e talvez seja o tempo de incentivar os “artistas-missionários”. O problema é que estando no nordeste tais pessoas não aparecem, as vezes não aparecem o suficiente para sua própria sobrevivência, o que faz com que muitos deles tenham que se voltar para o eixo Rio-São Paulo. Eis o nosso desafio, evidenciar tantos talentos e iniciativas escondidas nas regiões norte e nordeste.

A tarde foi muito agradável! Ainda tive a coragem de cantar uma música que fiz sobre missão integral (é, na frente do Roberto Diamanso, loucura, eu sei!) O texto de Deuteronômio foi lido pelo Diamanso no começo da conversa e simboliza pra mim o resumo de tudo o que conversamos ali. Saí dali inspirada com aqueles exemplos de vida cristã.

15 julho, 2009

Com lágrima nos olhos



Em ritmo acelerado ou pacato, somos sempre tentados a vivenciar apenas nossa realidade, nossas circunstâncias e nossos desafios, tudo aquilo que está por perto. É sempre mais fácil lidar com o visível ou tangível.

Mas meu trabalho é baseado na distância. Moro em Viçosa, MG, e coordeno um projeto para pessoas do Norte e Nordeste do Brasil. Minhas atividades exigem fé, aquela bíblica, a certeza do que não se vê. Contudo, em alguns momentos Deus com graça nos permite ver reflexos, reações que nos trazem alegria ao coração. Seja nas palavras daqueles que nos escrevem agradecidos em receber os materiais do projeto, seja na voz daqueles que pelo telefone compartilham as dificuldades do sertão ou da floresta longínqua. São momentos de alegria, surpresa e gratidão.

Mas um desses momentos foi especial. Ao conversar com Alexandre, paraense de Marabá em sua vinda à Viçosa (há mais de 2.500 km de sua cidade) pude ouvir com alegria seu envolvimento com a missão integral, sua certeza ao abraçar a proclamação do reino de Deus e seu “muito obrigado” dito com lágrima nos olhos. Emocionante!

Sai do CEM (Centro Evangélico de Missões) maravilhada! Caminhando em direção ao escritório da Editora Ultimato orei a Deus também com lágrimas nos olhos. Agradeci pela maravilhosa graça que me alcança aqui e alcança a tantos irmãos espalhados pelo mundo, por Cristo Jesus o elo que une tantas pessoas na mesma missão, pela esperança que nos motiva no caminhar e pelas belas tardes de inverno em Viçosa.

É bom saber que Deus é o supremo autor da história, seja perto ou seja longe, Ele inspira, anima, alegra e cuida dos que são seus.